Audiência em Defesa dos Bancos Públicos debateu os riscos da privatização com a sociedade de Teixeira de Freitas
A audiência contou com a presença de inúmeros sindicalistas e líderes sindicais para discutir estratégias contra a privatização, além de debater sobre os prejuízos que a venda dos bancos públicos traria para a sociedade. Contudo, explicaram que os bancos públicos não estão oficialmente na lista das 57 empresas que o governo Temer quer privatizar, mas alertaram que a privatização “acontece pelas bordas” através do sucateamento.Aconteceu na noite desta quinta-feira (26/10), no plenário Francistônio Alves Pinto da Câmara Municipal de Teixeira de Freitas, a Audiência Pública em Defesa dos Bancos Públicos realizada pelos vereadores Marcílio Carlos Goulart (PT) e Erlita Conceição de Freitas (PT) com apoio do Sindicato dos Bancários do Extremo Sul da Bahia, da Central Única dos Trabalhadores, Movimento dos Sem Terra e muitas outras entidades representantes dos trabalhadores.
O coordenador regional do Sindicato dos Bancários do Extremo Sul da Bahia, o bancário Carlos Eduardo Coimbra destacou a importância das audiências que estão sendo realizadas em todo o país para mostrar à população o risco que a sociedade brasileira corre caso seja concretizada a venda dos bancos públicos no Brasil.
“Sem banco público não há desenvolvimento. No sistema financeiro, o papel dos bancos privados é outro, quem promove o desenvolvimento no Brasil são os bancos públicos”, defende o coordenador Carlos Eduardo que foi o palestrante principal da noite.
Durante a audiência, foi destacada a importância dos Bancos Públicos no investimento na agricultura familiar, no financiamento estudantil, no acesso ao crédito para pessoas físicas e jurídicas, no investimento na indústria e no desenvolvimento do país. Segundo o vereador Marcílio Goulart, que já foi bancário, a privatização corresponde à destruição do patrimônio e a venda do país para o capital estrangeiro.
A vereadora Erlita Freitas disse que os brasileiros não poderão entregar o patrimônio público brasileiro para empresas privadas, que sonegam impostos, visam apenas o lucro e não trazem benefícios para o Brasil, acreditando que este momento difícil será superado com o apoio de líderes sindicais, movimentos sociais e com o apoio também da população. “As pessoas estão tomando consciência do que está acontecendo no país e da importância de, como cidadão e cidadã, se organizarem”, destaca Erlita.
Na sua palestra Carlos Eduardo Coimbra disse que a Caixa não pode ter capital aberto porque é a maior operadora dos programas sociais do país e acionista de empresa de capital aberto só tem interesse no dividendo, no lucro, não tem a obrigação de pensar no desenvolvimento do país. Quem perde são os trabalhadores, a população, os movimentos sociais e o Brasil.
Alertou que além do financiamento de moradias populares, estudantil, de saneamento básico e infraestrutura, a Caixa como banco público administra as loterias, que têm como função principal o investimento social, destinando 50% do lucro para esse fim. De acordo com Carlos Eduardo, a venda dos bancos públicos encarece o preço da comida, na mesa dos brasileiros, pois 70% do financiamento da agricultura familiar é feito via BB.
“Uma parte da sociedade ainda não entende a importância dos bancos públicos, que não foram destruídos ainda porque estamos unidos fazendo a defesa deles”, afirmou. Carlos Eduardo lembrou que o processo de reestruturação do BB feito pelo governo Temer fechou 900 agências e reduziu, sem reposição, 10 mil funcionários, com a intenção deliberada de tornar o banco pior. (Por Athylla Borborema).